sábado, 3 de outubro de 2015






"O ponto de partida para o nosso Crônica de Anna Magdalena Bach era a ideia de tentar um filme no qual utilizaríamos a música não como acompanhamento, tampouco como narração, mas como uma matéria estética. Eu não tinha exatamente uma referência. Somente, talvez, como paralelo, o que Bresson fizera em Diário de um pároco da aldeia com o texto literário. Pode-se dizer, concretamente, que nós queríamos tentar levar a música à tela, mostrar, ao menos uma vez, a música àqueles que vão ao cinema. Paralelamente a esse aspecto, havia a vontade de mostrar uma história de amor, tal como ainda não conhecemos. 


Em Machorka-Muff, eu me servi da realidade para que a ficção, digamos, a sátira, se tornasse ainda mais realista; aqui eu quero, ao contrário, servir-me da realidade para que o aspecto fictício do filme se torne ainda mais evidente, de maneira que no fim tenhamos quase esquecido de que se trata de Bach. No fim, o filme será quase tanto um romance quanto Não Reconciliados mesmo - justamente porque eu me sirvo quase que exclusivamente da realidade."

Jean-Marie Straub - O Bachfilm

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