sábado, 1 de março de 2014

Romance (Breillat)





“I am eternally, devastatingly romantic, and I thought people would see it because 'romantic' doesn't mean 'sugary.' It's dark and tormented — the furor of passion, the despair of an idealism that you can't attain."

Filmar os corpos como almas perdidas que procuram completar-se. Como se Marie (Ducey) transitasse sob uma tensão constante que impulsiona a transgressão de si mesma, ao mesmo tempo que vagueia pelas ruas aprisionada pela própria liberdade ("eu posso te trair, mas você não pode"), vítima da interdição do seu próprio eu. Breillat impõe um jogo de campo-contracampo que subordina os corpos à eterna presença no quadro, à tensão sexual latente entre-corpos, dispostos na imagem como ensaio de um um único ser. E quando os corpos são colocados em planos diferentes, independentes - o primeiro encontro de Marie e Robert (Berléand) -, a tensão inexiste, e a transgressão é inalcançável: Marie chora; quando a alcança, entretanto, por fim o acerto de contas: com o mundo, com seu marido, consigo mesma. E sorri maliciosamente no plano final apoteótico.